Redesenhando os mercados: a proposta dos circuitos de proximidade
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Resumo
Estudos sobre o sistema agroalimentar global têm demonstrado como este tem sido responsável pela concentração econômica no âmbito da atividade agroalimentar e exercido particular pressão sobre a agricultura familiar e camponesa, comprometendo sua autonomia e condições para garantia de sua reprodução social. Em contraposição a esta realidade surge a proposta da agroecologia, enquanto forma alternativa de produção e organização das atividades agroalimentares. A Rede Ecovida de Agroecologia articula grupos de agricultores ecologistas, organizações de assessoria e consumidores nos Estados do Sul do Brasil. A presente pesquisa baseou-se na análise de seis iniciativas de comercialização no âmbito da Rede Ecovida. As análises realizadas permitiram observar que a construção de mecanismos alternativos de mercado tem possibilitado a organização da ação econômica de forma a reconstruir e fortalecer a racionalidade socioeconômica da agricultura familiar e camponesa, baseada em princípios diferentes da capitalista e na busca pela sustentabilidade ambiental. Estes mercados centramse na aproximação agricultor-consumidor, favorecendo a mediação social e a transparência nos mercados, bem como a circulação e troca de informações, comumente denominados de 'circuitos curtos'. Propõe-se aqui uma abordagem ampliada sobre a ideia de circuitos curtos, que para além da proximidade geográfica, considere aspectos vinculados à democratização do acesso aos alimentos e da aproximação social e cultural entre os agentes envolvidos. A partir da noção de 'Circuitos de Proximidade', indica-se a ideia da construção de mercados que priorizem a proximidade espacial, articulando a esta, a informação interpessoal, o fortalecimento
de sociabilidades, bem como as relações de solidariedade e reciprocidade entre os atores envolvidos, caso observado na realidade da Rede Ecovida de Agroecologia.